O que é o Metaverso do Facebook? Entenda de uma vez por todas

O que é Metaverso? Do que se trata essa nova "novidade" que ganhou holofotes por causa do Facebook? Entenda a tecnologia que envolve esse novo "universo"
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25/01/2024 às 20:08 | Atualizado há 9 meses
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O termo “metaverso” é a palavra mais recente do mundo da tecnologia para capturar a imaginação da indústria tecnológica, especialmente após o anúncio de Mark Zuckerberg sobre a mudança do nome Facebook para Meta.

Desde o anúncio de Mark, usuários vem se perguntando o que é o metaverso do Facebook e como funciona essa tecnologia. Nesse artigo, é exatamente isso que iremos explicar.

O que é Metaverso?

Imagem mostrando como será o universo virtual do Metaverso
A ideia do que será o Metaverso. (Imagem/reprodução: Google)

Antes de tudo, fique claro que a ideia de um metaverso, um “universo virtual” não é algo novo. Apenas para se ter uma ideia, o escritor de ficção científica Neal Stephenson cunhou o termo para seu romance de 1992 “Snow Crash”.

Em 2011, o escritor Ernest Cline também abordou o tema em seu romance futurista “Ready Player One”. No livro, os personagens vivem em um mundo distópico e, para fugir da realidade, passam horas no OASIS, um simulador virtual que lhes dá a possibilidade de serem o que quiserem.

O metaverso é uma realidade emergente que promete transformar a forma como interagimos com a internet – Mark Zuckerberg

O metaverso é uma espécie de nova camada da realidade que integra os mundos real e virtual. De forma simplificada, ele é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e hologramas.

Nesse universo, que ainda está em desenvolvimento, as pessoas podem interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares (personagens virtuais personalizados) em 3D. O objetivo é que as pessoas não sejam apenas observadoras do virtual, mas façam parte dele.

Para contextualizar, pense no filme Matrix, dirigido por Lilly e Lana Wachowski. Na trama, as pessoas vivem em uma realidade virtual arquitetada por uma inteligência artificial. O metaverso busca criar algo semelhante, mas sem a presença de máquinas malignas.

Também incorporará outros aspectos da vida online, como compras e mídias sociais, segundo Victoria Petrock, analista que acompanha tecnologias emergentes.

“É a próxima evolução da conectividade onde todas essas coisas começam a se unir em um universo perfeito e doppelgänger, então você está vivendo sua vida virtual da mesma maneira que está vivendo sua vida física”, disse ela.

O Metaverso na Prática

No metaverso, as pessoas podem interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social através de seus avatares (bonecos virtuais personalizados) 3D. Isso significa que as pessoas não seriam apenas observadoras do virtual, mas fariam parte dele.

Várias tentativas foram feitas para criar algo semelhante a um metaverso. Um dos principais exemplos é o jogo Second Life, lançado em 2003 pela empresa Liden Lab, baseada nos Estados Unidos. O game é um ambiente virtual 3D que simula a vida real. Ao entrar, os usuários podem criar avatares e socializar uns com os outros.

Jogos como Roblox, Fortnite e Minecraft também exploram o conceito do metaverso, permitindo que os jogadores tenham seus próprios personagens, participem de missões, se relacionem uns com os outros e participem de eventos.

Empresas e o Metaverso

Não é só a Meta que está investindo no metaverso. Grandes empresas de tecnologia como Microsoft e Roblox também estão se empenhando para desenvolver seus próprios universos virtuais.

A Microsoft, por exemplo, lançou o Mesh, uma plataforma que permite a realização de reuniões com hologramas, e também criou avatares 3D para o Teams, sua ferramenta de comunicação.

E não são apenas empresas estrangeiras que estão investindo no metaverso. O Banco do Brasil também entrou na onda, lançando uma experiência virtual dentro do servidor do game GTA. No jogo, os gamers podem abrir uma conta para seu personagem no banco.

Tecnologias Envolvidas no Metaverso

Para dar vida ao metaverso, várias tecnologias precisam ser usadas, como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), Blockchain e criptomoedas.

A Blockchain e as tecnologias derivadas dela – como as criptomoedas e os NFTs (tokens não fungíveis) – são fundamentais para a construção do metaverso.

O que serei capaz de fazer com o Metaverso?

Coisas como ir a um show virtual, fazer uma viagem online, e comprar e experimentar roupas digitais.

O metaverso também pode ser um divisor de águas para o home office em meio à pandemia do coronavírus. Em vez de ver colegas de trabalho em uma grade de chamadas de vídeo, os funcionários podiam vê-los virtualmente.

Mulher com óculos de VR navegando no Metaverso
Imagem: Divulgação/Asus

O Facebook lançou um software de reunião para empresas, chamadas Horizon Workrooms, para usar com seus fones de ouvido Oculus VR, embora as primeiras avaliações não tenham sido ótimas. Os fones de ouvido custam US$ 300 ou mais, colocando as experiências mais de ponta do metaverso fora de alcance para muitos.

Para aqueles que podem pagar, os usuários poderão, através de seus avatares, se desarcar entre mundos virtuais criados por diferentes empresas.

“Grande parte da experiência do metaverso será em torno de ser capaz de se teletransportar de uma experiência para outra”, diz Zuckerberg.

As empresas de tecnologia ainda têm que descobrir como conectar suas plataformas online umas às outras. Fazê-lo funcionar exigirá que plataformas tecnológicas concorrentes concordem com um conjunto de padrões, para que não haja “pessoas no metaverso do Facebook e outras pessoas no metaverso da Microsoft”, disse Petrock.

O Facebook vai “dominar” o Metaverso?

Zuckerberg está indo muito bem no que ele vê como a próxima geração da internet porque ele acha que vai ser uma grande parte da economia digital. Ele espera que as pessoas comecem a ver o Facebook como uma empresa metaversa nos próximos anos, em vez de uma empresa de mídia social.

Os críticos se perguntam se o potencial pivô poderia ser um esforço para distrair as crises da empresa, incluindo repressão antitruste, testemunhos de ex-funcionários denunciantes  e preocupações sobre seu tratamento de desinformação.

A ex-funcionária Frances Haugen acusou as plataformas do Facebook de prejudicar crianças e incitar a violência política depois de copiar documentos internos de pesquisa e entregá-los à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

Eles também foram fornecidos a um grupo de meios de comunicação, incluindo a Associated Press, que relatou inúmeras histórias sobre como o Facebook priorizou lucros sobre a segurança e escondeu sua própria pesquisa de investidores e do público.

Metaverso do Facebook é exclusividade deles?

Não. Zuckerberg reconheceu que “nenhuma empresa” construirá o metaverso por si só.

Outras empresas que falam sobre o metaverso incluem a Microsoft e a fabricante de chips Nvidia.

“Achamos que haverá muitas empresas construindo mundos e ambientes virtuais no metaverso, da mesma forma que muitas empresas estão fazendo coisas na World Wide Web”, disse Richard Kerris, vice-presidente da plataforma Omniverse da Nvidia. “É importante ser aberto e extensível, para que você possa se teletransportar para mundos diferentes, seja por uma empresa ou outra empresa, da mesma forma que eu vou de uma página web para outra página web.”

As empresas de videogame também estão assumindo um papel de liderança. A Epic Games, empresa por trás do popular jogo fortnite, levantou US$ 1 bilhão de investidores para ajudar com seus planos de longo prazo para construir o metaverso. A plataforma de jogos Roblox é outro grande player, delineando sua visão do metaverso como um lugar onde “as pessoas podem se unir dentro de milhões de experiências 3D para aprender, trabalhar, jogar, criar e socializar”.

As marcas de consumo também estão tentando entrar na tendência. A casa de moda italiana Gucci colaborou em junho com a Roblox para vender uma coleção de acessórios somente digitais. Coca-Cola e Clinique venderam tokens digitais lançados como um trampolim para o metaverso.

O Metaverso coletará mais dos meus dados pessoais?

O abraço de Zuckerberg ao metaverso, de certa forma, contradiz um princípio central de seus maiores entusiastas. Eles vislumbram o metaverso como a liberação da cultura online de plataformas tecnológicas como o Facebook que assumiu a propriedade das contas, fotos, postagens e listas de reprodução das pessoas e negociou o que eles coletaram desses dados.

“Queremos poder nos locomover pela internet com facilidade, mas também queremos poder nos mover pela internet de uma maneira que não sejamos rastreados e monitorados”, disse o capitalista de risco Steve Jang, sócio-gerente da Kindred Ventures, que se concentra na tecnologia de criptomoedas.

Parece claro que o Facebook quer levar seu modelo de negócios, que se baseia no uso de dados pessoais para vender publicidade direcionada, no metaverso.

“Os anúncios continuarão sendo uma parte importante da estratégia em todas as mídias sociais do que fazemos, e provavelmente será uma parte significativa do metaverso também”, disse Zuckerberg na chamada de resultados mais recente da empresa.

Petrock disse que está preocupada com o Facebook tentando entrar em um mundo virtual que poderia exigir ainda mais dados pessoais e oferecer maior potencial para abuso e desinformação quando não corrigiu esses problemas em suas plataformas atuais.

Desafios para a Popularização do Metaverso

Apesar do grande potencial, a popularização do metaverso ainda enfrenta vários desafios. Os equipamentos necessários para acessar o metaverso ainda são caros, e é necessário ter uma conexão de internet de alta qualidade.

Além disso, há preocupações sobre como os dados dos usuários serão tratados nesse novo ambiente, especialmente por grandes empresas como a Meta e a Microsoft.

O metaverso é uma realidade emergente que promete transformar a forma como interagimos com a internet.

Com grandes empresas investindo pesado em sua construção, é provável que vejamos muitos desenvolvimentos interessantes nos próximos anos.

No entanto, ainda há muitos desafios a serem superados antes que o metaverso possa ser totalmente realizado. Acompanharemos de perto esses avanços e manteremos você informado sobre as últimas novidades nessa emocionante nova fronteira da tecnologia.

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André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.