Estudo revela que cães e gatos estão ficando mais parecidos devido à domesticação

Pesquisa mostra que a domesticação está tornando cães e gatos mais semelhantes. Descubra como a preferência humana influencia essa evolução.
Atualizado em 11/05/2025 às 20:55
Estudo revela que cães e gatos estão ficando mais parecidos devido à domesticação
A evolução de cães e gatos se molda pela preferência humana na domesticação. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Pesquisa revela que cães e gatos estão desenvolvendo características semelhantes devido à domesticação humana.
    • Você pode entender como a preferência por certos traços influencia a evolução dos seus pets.
    • Essa tendência pode afetar a saúde dos animais, levando a problemas respiratórios e neurológicos.
    • A descoberta alerta para a necessidade de regulamentação na criação de raças domésticas.
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Você já parou para pensar se os nossos queridos cães e gatos estão, de alguma forma, se tornando mais parecidos? Uma pesquisa recente analisou diversos crânios de raças domesticadas, comparando-os com lobos, cães e felinos selvagens. E o resultado é surpreendente: a análise encontrou uma convergência de características, impulsionada pela nossa preferência por certos traços nesses animais. Vamos descobrir como a evolução está moldando nossos pets!

A Convergência Surpreendente entre Cães e Gatos

À primeira vista, um gato persa e um pug parecem ser bem diferentes, afinal, um é um gato e o outro um cachorro, separados por milhões de anos de evolução. Mas a bióloga evolucionária Abby Grace Drake e seus colegas fizeram uma descoberta curiosa ao escanear 1.810 crânios de gatos, cães e seus parentes selvagens. Muitas raças de cães e gatos exibem uma semelhança notável no formato do crânio.

Na biologia evolutiva, a divergência é um processo comum, onde dois organismos que compartilham um ancestral comum se tornam cada vez mais diferentes ao longo do tempo. A convergência, por outro lado, significa tornar-se mais semelhante. Acontece que, quando populações de animais se dividem e se adaptam a ambientes diferentes, elas desenvolvem novas características, um processo conhecido como evolução divergente. Mas, às vezes, a evolução pode tomar um rumo diferente, levando espécies não relacionadas a desenvolver características semelhantes de forma independente, devido a pressões evolutivas parecidas.

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No caso dos gatos domésticos, cães e muitas outras espécies domesticadas, a seleção, tanto intencional quanto não intencional, feita pelos humanos parece ter criado essa convergência. Inconscientemente, estamos direcionando espécies diferentes para características semelhantes. Apesar de uma longa história de separação evolutiva, raças de face plana, como o gato persa e os pugs, compartilham estruturas cranianas similares.

Como a Domesticação Está Moldando os Crânios

Para entender o quanto a domesticação remodelou a estrutura do crânio dos animais, Drake e seus colegas analisaram digitalizações em 3D de crânios de museus, escolas de veterinária e arquivos digitais. O estudo incluiu gatos domésticos de raças como siameses, Maine Coon e persas, além de mais de 100 raças de cães, desde os de focinho curto, como pugs, até os de focinho longo, como collies.

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As descobertas revelaram que a domesticação não só aumentou a diversidade do formato do crânio, indo além da diversidade vista entre lobos e gatos selvagens, mas também levou algumas raças de cães e gatos a se assemelharem umas às outras. Houve uma convergência para faces longas ou planas. Os canídeos selvagens (cães, lobos, raposas e chacais) geralmente compartilham um crânio alongado semelhante, enquanto os felídeos selvagens (gatos domésticos, leões, tigres e onças) apresentam uma variação mais natural.

No entanto, as raças domésticas de ambas as espécies agora abrangem uma faixa mais extrema em ambas as extremidades da escala. Essa tendência pode ser vista no surgimento de gatos criados para se assemelharem a cães da raça XL bully. A domesticação tem demonstrado há muito tempo que, quando os seres humanos intervêm, mesmo espécies distantemente relacionadas podem acabar se parecendo e, às vezes, sofrendo de maneiras semelhantes.

A reprodução seletiva tem exagerado características nas espécies. Muitas outras mudanças feitas pelo homem podem levar os animais a um peso além do que seus corpos podem suportar naturalmente. Algumas galinhas criadas para consumo de carne, por exemplo, carregam 30% de seu peso corporal em músculo peitoral, o que geralmente resulta em problemas cardíacos e pulmonares.

Evoluindo para ficarem parecidos: A Preferência Humana e Seus Impactos

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A preferência humana por animais de estimação de cara achatada se baseia em alguns de nossos instintos mais fundamentais. Nós somos programados para responder a características infantis, como cabeças arredondadas, narizes pequenos e olhos grandes e baixos. Essas características, que são exageradas em muitas raças de cães e gatos de face achatada, imitam a aparência de bebês humanos.

De todas as espécies de animais, os seres humanos estão entre as mais altriciais, ou seja, nascemos indefesos e dependentes de cuidadores para sobreviver. Essa é uma característica que compartilhamos com cachorros e gatinhos. Em contrapartida, os animais precociais são capazes de ver, ouvir, ficar em pé e se mover logo após o nascimento. Como os bebês humanos dependem tanto dos cuidados dos adultos, a evolução nos moldou para sermos sensíveis aos seus sinais de vulnerabilidade e necessidade.

Esses sinais, como as bochechas arredondadas e os olhos arregalados dos bebês, são conhecidos como liberadores sociais. Eles desencadeiam o comportamento de cuidado nos adultos, desde falar em tons mais agudos até oferecer cuidado parental. As gaivotas-prateadas (um tipo de gaivota) são um exemplo disso em animais não humanos. Seus filhotes instintivamente bicam uma mancha vermelha no bico dos pais, o que faz com que o adulto regurgite o alimento. Essa mancha vermelha funciona como um liberador social, garantindo que as necessidades do filhote sejam atendidas no momento certo. De maneira semelhante, animais domesticados efetivamente sequestraram mecanismos antigos de cuidado desenvolvidos para nossa própria prole.

Essas características podem dar aos animais de estimação uma vantagem na solicitação de cuidados e atenção humanos, mas têm um custo. O governo do Reino Unido encarrega seu Comitê de Bem-Estar Animal de fornecer consultoria especializada independente sobre questões emergentes de bem-estar animal. Em relatórios produzidos em 2024, o comitê levantou sérias preocupações sobre o efeito da reprodução seletiva tanto em gatos quanto em cães.

Implicações para a Saúde e Bem-Estar Animal

Os relatórios destacaram que a criação de animais com traços físicos extremos, como rostos achatados e formatos exagerados de crânio, levou a problemas de saúde generalizados. Dentre esses problemas, podemos citar dificuldades respiratórias, condições neurológicas e complicações no nascimento.

O comitê argumenta que os animais com problemas de saúde hereditários graves não devem mais ser usados para reprodução e pede uma regulamentação mais rígida para os criadores. Sem essas reformas, muitas raças populares continuarão a sofrer de doenças que podem ser evitadas e que limitam sua vida. A reprodução seletiva demonstrou a facilidade com que os seres humanos podem moldar a natureza às suas preferências e a rapidez com que milhões de anos de separação evolutiva podem ser anulados por algumas décadas de seleção artificial.

Ao escolhermos animais de estimação que imitam os rostos de nossos próprios bebês, selecionamos, muitas vezes sem querer, características que prejudicam os animais. Compreender as forças que impulsionam a convergência entre as espécies é um lembrete de que desempenhamos um papel poderoso e, às vezes, perigoso em sua formação.

Além disso, para quem busca expandir seus conhecimentos sobre o mundo animal, vale a pena entender a origem germânica dos nomes dos bichos e as histórias por trás deles, o que pode revelar curiosidades interessantes sobre como os nomeamos e como os vemos.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via Super

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.