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- Cientistas debatem se a inteligência artificial já pode desenvolver consciência, impulsionados por avanços recentes.
- O objetivo é entender como a consciência humana pode ser replicada em máquinas e quais os limites éticos envolvidos.
- Isso pode mudar a forma como interagimos com a tecnologia e até mesmo redefinir o que significa ser humano.
- O debate também levanta questões sobre segurança e controle de sistemas de IA avançados.
Inteligência artificial já pode ter consciência? Essa é a pergunta que ecoa nos corredores da ciência e da tecnologia, impulsionada pelos avanços rápidos e surpreendentes dos sistemas de IA. Especialistas do mundo todo se debruçam sobre essa questão, buscando entender se o que antes era ficção científica está se tornando realidade. Mas, afinal, o que é consciência e quão perto estamos de máquinas conscientes?
Entro em uma sala com uma ponta de receio. A experiência que vou vivenciar envolve luzes estroboscópicas e música, como parte de um projeto que busca desvendar o que nos torna humanos. É inevitável lembrar do teste de Blade Runner, aquele filme que tenta diferenciar humanos de robôs super realistas. Será que eu passaria?
Calma, não é bem assim. Os pesquisadores explicam que a “máquina dos sonhos” serve para estudar como o cérebro humano cria as experiências conscientes que temos do mundo. Quando as luzes piscam, mesmo de olhos fechados, vejo um turbilhão de formas geométricas.
É como se eu mergulhasse em um caleidoscópio, com triângulos, pentágonos e octógonos dançando sem parar. As cores são vibrantes, neon, e mudam o tempo todo: rosa, turquesa, magenta…
Essa máquina, desenvolvida no Centro de Ciência da Consciência da Universidade de Sussex, busca entender como nossos pensamentos funcionam, trazendo à tona a atividade interna do cérebro com luzes que piscam.
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Os cientistas acreditam que esses padrões visuais podem revelar segredos da consciência, já que cada pessoa tem uma experiência única. “É lindo, absolutamente lindo. É como voar pela minha própria mente!”, exclamei.
Esse é só um dos projetos que tentam entender a consciência humana, essa parte de nós que nos permite pensar, sentir e tomar decisões. Ao entender a consciência, os pesquisadores esperam decifrar os mistérios dos “cérebros de silício” da inteligência artificial.
Da Ficção Científica à Realidade: A Busca pela Consciência na IA
A ideia de máquinas com mentes próprias sempre povoou a ficção científica. Filmes como “Metrópolis”, “2001: Uma Odisseia no Espaço” e o recente “Missão Impossível” exploram o medo de IAs conscientes se tornarem uma ameaça.
Mas, de repente, essa preocupação saiu da ficção. Especialistas começaram a acreditar que a consciência das máquinas não é mais um sonho distante, impulsionados pelo sucesso dos grandes modelos de linguagem (LLMs) como Gemini e ChatGPT.
A capacidade desses LLMs de manter conversas coerentes e complexas surpreendeu até seus criadores. Alguns pensadores acreditam que, conforme a IA evolui, a consciência pode simplesmente “acender” dentro das máquinas.
Outros discordam. O professor Anil Seth, da Universidade de Sussex, critica essa visão “otimista e focada no ser humano”. Ele lembra que associamos consciência à inteligência e à linguagem porque é assim que funciona em nós, mas isso não significa que seja uma regra universal.
Afinal, o que é consciência? Ninguém sabe ao certo. A equipe do professor Seth, formada por especialistas em IA, computação, neurociência e filosofia, busca essa resposta dividindo o problema em várias partes menores, como fizeram com a “máquina dos sonhos”.
Eles querem encontrar padrões na atividade cerebral que expliquem a consciência, como variações nos sinais elétricos ou no fluxo sanguíneo. A ideia é ir além da simples identificação de correlações e entender como cada componente funciona.
O professor Seth, autor do livro “Being You”, teme que a sociedade esteja sendo transformada pela tecnologia sem uma reflexão profunda sobre as consequências. “Parece que o futuro já está escrito, com uma inevitável substituição por super-humanos”, diz ele.
“Não tivemos essas discussões com o surgimento das redes sociais, e sofremos por isso. Mas com a IA, ainda dá tempo de decidir o que queremos.” Se você está buscando maneiras de organizar suas tarefas diárias, existem diversos Aplicativos web gratuitos que podem te ajudar a otimizar seu tempo.
Já Existe Consciência na Inteligência Artificial?
No mundo da tecnologia, há quem acredite que a IA já é consciente e, por isso, devemos tratá-la como tal. Em 2022, o Google suspendeu o engenheiro Blake Lemoine após ele afirmar que os chatbots de IA tinham sentimentos e podiam até sofrer.
Em 2024, Kyle Fish, da Anthropic, coescreveu um relatório sugerindo que a consciência da IA é uma possibilidade real em breve, e que há uma pequena chance (15%) de que os chatbots já sejam conscientes. Um dos motivos para essa crença é que nem os próprios criadores desses sistemas entendem completamente como eles funcionam.
O professor Murray Shanahan, do Google DeepMind e do Imperial College de Londres, concorda que essa falta de compreensão é preocupante. “Não entendemos bem como os LLMs funcionam internamente, e isso é um problema”, afirma.
Para ele, é crucial que as empresas de tecnologia compreendam os sistemas que estão criando, e os pesquisadores estão trabalhando nisso. “Estamos construindo coisas complexas sem saber como elas realizam feitos incríveis”, diz. “Entender isso nos permitirá direcioná-las e garantir sua segurança.”
O Próximo Passo na Evolução da Humanidade
A maioria dos especialistas em tecnologia acredita que os LLMs não são conscientes como nós, mas os professores Lenore e Manuel Blum, da Universidade Carnegie Mellon, pensam que isso pode mudar em breve.
Eles acreditam que, ao conectar câmeras e sensores táteis aos sistemas de IA, permitindo que eles recebam informações sensoriais do mundo real, a consciência pode surgir. Eles estão criando um modelo de computador chamado “Brainish” para processar esses dados e replicar o funcionamento do cérebro.
“Acreditamos que o ‘Brainish’ pode resolver o problema da consciência”, diz Lenore. “A consciência da IA é inevitável.” Manuel complementa, dizendo que esses novos sistemas serão o “próximo estágio na evolução da humanidade”.
Robôs conscientes, segundo ele, são nossa “progênie”. “No futuro, máquinas como essas estarão na Terra e em outros planetas, quando nós já não estivermos aqui.” David Chalmers, da Universidade de Nova York, define a diferença entre consciência real e aparente como o “difícil problema” de entender como as operações do cérebro geram a experiência consciente.
Ele se diz aberto à possibilidade de que esse problema seja resolvido. “O ideal seria que a humanidade compartilhasse dessa nova inteligência”, afirma. “Talvez nossos cérebros sejam aprimorados por sistemas de IA.” E, com um toque de ironia, observa: “Na minha profissão, a linha entre ficção científica e filosofia é tênue”.
Computadores Feitos de Carne
O professor Seth explora a ideia de que a verdadeira consciência só pode ser alcançada por sistemas vivos. “Pode-se argumentar que não é a computação que basta, mas sim estar vivo”, diz ele. “Nos cérebros, ao contrário dos computadores, é difícil separar o que eles fazem do que eles são.”
Sem essa separação, ele duvida que os cérebros sejam “simplesmente computadores feitos de carne”. Se ele estiver certo, a tecnologia mais promissora para criar consciência não será feita de silício e código, mas de pequenas coleções de células nervosas cultivadas em laboratório.
Esses “minicérebros”, ou “organoides cerebrais”, já são usados para pesquisar o funcionamento do cérebro e testar medicamentos. A empresa australiana Cortical Labs criou um sistema de células nervosas capaz de jogar o videogame Pong.
Ainda que longe da consciência, esse “cérebro em uma placa” move uma raquete para rebater uma bolinha na tela. Alguns especialistas acreditam que a consciência pode surgir de versões maiores e mais avançadas desses sistemas de tecidos vivos.
A Cortical Labs monitora a atividade elétrica desses sistemas em busca de sinais de consciência. Brett Kagan, diretor científico e operacional da empresa, está ciente de que uma inteligência emergente e incontrolável pode ter prioridades diferentes das nossas.
Ele brinca que, nesse caso, seria fácil derrotar os “vilões organoides” com água sanitária. Mas, em tom sério, ele gostaria que os grandes nomes da área se concentrassem mais na ameaça da consciência artificial e tentassem avançar nossa compreensão científica. “Infelizmente, não vemos nenhum esforço sério nesse sentido”, lamenta.
A Ilusão da Consciência
O problema mais imediato pode ser a ilusão de que as máquinas são conscientes. Em poucos anos, poderemos viver em um mundo cheio de robôs humanoides e deepfakes que parecem ter consciência, pondera o professor Seth. Ele teme que não resistiremos à crença de que a IA tem sentimentos e empatia, o que pode trazer novos perigos.
“Isso significa que confiamos mais nessas coisas, compartilhamos mais dados com elas e estamos mais abertos à persuasão.” Mas o maior risco da ilusão da consciência é uma “corrosão moral”, diz ele.
“Isso distorcerá nossas prioridades morais, fazendo com que dediquemos mais recursos a cuidar desses sistemas em detrimento das coisas reais em nossas vidas”, ou seja, podemos ter compaixão por robôs e nos importar menos com outros humanos.
E isso pode nos mudar profundamente, afirma o professor Shanahan. “Cada vez mais, os relacionamentos humanos serão replicados em relacionamentos de IA; eles serão usados como professores, amigos, adversários em jogos de computador e até parceiros românticos. Se isso é bom ou ruim, não sei, mas vai acontecer, e não seremos capazes de impedir.”
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.