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- Novas análises independentes descartam evidências de vida no planeta K2-18b, contradizendo estudos anteriores.
- Você pode entender melhor os desafios da busca por vida extraterrestre e como a ciência avança nessa área.
- Isso pode impactar futuras missões espaciais e o direcionamento de recursos para pesquisas astronômicas.
- O debate científico sobre o tema continua, com novas observações prometendo esclarecer dúvidas em breve.
Será que estamos sozinhos no universo? Essa é uma pergunta que sempre fascinou a humanidade, e a busca por vida no planeta K2-18b, localizado a 120 anos-luz da Terra, tem sido um tópico quente na astronomia. Em abril, cientistas anunciaram a possível detecção de sinais de vida nesse planeta, o que gerou grande expectativa. Mas será que essa descoberta se sustenta? Novas análises independentes estão lançando dúvidas sobre a existência de vida por lá.
O Que Dizia o Estudo Inicial Sobre Vida no Planeta K2-18b
Em abril, uma equipe de astrônomos divulgou que poderia ter encontrado sinais de vida no planeta K2-18b, que está a cerca de 120 anos-luz de nós. Para você ter uma ideia, um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, o que equivale a 9,5 trilhões de quilômetros. Essa possibilidade de vida extraterrestre chamou a atenção do mundo todo e também despertou a curiosidade de outros astrônomos, que decidiram investigar mais a fundo.
A equipe original sugeriu que o K2-18b possuía uma molécula em sua atmosfera que poderia ter sido produzida por organismos vivos. Essa descoberta se baseou em observações feitas com o Telescópio Espacial James Webb, que é uma ferramenta poderosa para estudar a composição de atmosferas de exoplanetas. No entanto, a detecção dessa molécula, o dimetil sulfeto (DMS), era tênue e precisava de confirmação.
O dimetil sulfeto é particularmente interessante porque, na Terra, é produzido por micróbios fotossintéticos nos oceanos como uma forma de se protegerem da luz ultravioleta do Sol. Essa molécula escapa das células desses micróbios e acaba na atmosfera. A presença de DMS em um exoplaneta poderia indicar a existência de vida microbiana semelhante.
Novas Análises Contradizem a Existência de Vida no Planeta K2-18b
Após o anúncio inicial, outros pesquisadores se dedicaram a analisar os mesmos dados para verificar se as conclusões eram válidas. Três análises independentes chegaram à mesma conclusão: não há evidências claras de vida no planeta K2-18b. Essas análises questionaram a detecção do dimetil sulfeto, argumentando que o sinal era fraco e poderia ser explicado por outros fatores.
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“A alegação simplesmente desaparece por completo”, disse o astrônomo Luis Welbanks, da Universidade Estadual do Arizona e autor de um dos estudos. Segundo os críticos, as novas observações no infravermelho médio eram muito mais fracas do que as no infravermelho próximo. Por si só, dizem eles, a luz do infravermelho médio poderia enganar os pesquisadores com ruídos fracos se passando por um sinal real de dimetil sulfeto.
Jacob Bean, astrônomo da Universidade de Chicago, afirmou que “não há nenhum sinal estatisticamente significativo nos dados que foram publicados há um mês”. Ele e seus colegas combinaram todas as observações de K2-18b e não encontraram evidências claras de dimetil sulfeto, conforme relataram em um estudo divulgado recentemente.
O Desafio de Observar Planetas Distantes
O debate sobre a vida no planeta K2-18b não é tanto sobre a existência de alienígenas, mas sim sobre a dificuldade de observar planetas que estão muito longe. Planetas como Júpiter são visíveis porque refletem bastante luz solar, mas o K2-18b está tão distante que é invisível para telescópios comuns. Para obter informações sobre esses planetas, os astrônomos precisam usar técnicas cada vez mais sofisticadas.
Uma dessas técnicas é medir a oscilação das estrelas causada pela gravidade dos planetas que as orbitam. Em 2010, pesquisadores conseguiram estudar o GJ 1214b, um planeta a 48 anos-luz de distância, observando a luz da estrela que ele orbita passar através de sua atmosfera. Essa análise revelou que o GJ 1214b pode ter uma atmosfera rica em vapor de água.
Em 2022, o Telescópio Espacial James Webb se tornou uma ferramenta poderosa para observar exoplanetas. Ele consegue detectar padrões sutis na luz das estrelas que revelam informações sobre a composição das atmosferas planetárias. Foi com esse telescópio que a equipe de Nikku Madhusudhan detectou os indícios de dimetil sulfeto no K2-18b.
O Que Foi Detectado na Atmosfera do K2-18b?
No ano passado, Nikku Madhusudhan e seus colegas usaram o Telescópio Espacial James Webb para estudar o K2-18b enquanto ele passava em frente à sua estrela. Eles descobriram que a atmosfera do planeta continha hidrogênio, dióxido de carbono e metano. Além disso, encontraram indícios de dimetil sulfeto, uma molécula que, na Terra, é produzida por vida.
A equipe de Madhusudhan realizou uma nova observação do K2-18b em 2024, usando um instrumento diferente no telescópio espacial. Eles encontraram novamente uma assinatura de dimetil sulfeto, que parecia ainda mais forte do que na primeira vez. Em abril, eles publicaram um artigo na revista Astrophysical Journal Letters, afirmando que havia apenas “3 chances em 1.000 de isso ser uma coincidência”.
No entanto, outros astrônomos, como Rafael Luque, da Universidade de Chicago, decidiram analisar os dados por conta própria. Luque elogiou Madhusudhan como um especialista mundial em exoplanetas, mas sua equipe chegou a conclusões diferentes.
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A Busca Continua
Apesar das novas análises que questionam a detecção de vida no planeta K2-18b, a busca por vida no planeta K2-18b continua. Madhusudhan e seus colegas responderam às críticas com um novo estudo, no qual examinaram 650 moléculas possíveis na atmosfera do planeta e concluíram que o dimetil sulfeto continua sendo um candidato promissor. No entanto, Welbanks argumenta que o novo estudo apenas reforça a ideia de que o dimetil sulfeto não se destaca em comparação com outras moléculas possíveis.
Ainda há esperança de que o debate sobre o K2-18b seja resolvido em breve. O astrônomo Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato, fez mais observações do planeta no infravermelho próximo e está preparando seus resultados. Essas novas observações podem fornecer dados mais robustos e ajudar a esclarecer a composição da atmosfera do K2-18b.
Jacob Bean acredita que as novas observações podem dissipar grande parte da confusão sobre o K2-18b. “A ciência está definitivamente funcionando”, disse ele. “Isso vai se desenrolar muito rapidamente, e acredito que teremos alguma clareza.”
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo