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- Agências espaciais de vários países planejam missões para retornar à Lua nos próximos anos.
- O objetivo é explorar recursos naturais, estabelecer bases permanentes e avançar na pesquisa científica.
- Essas missões podem trazer benefícios tecnológicos e econômicos para a Terra, além de preparar a humanidade para viagens a Marte.
- A Lua também servirá como ponto de apoio para futuras explorações espaciais mais distantes.
Por que agências espaciais querem voltar em breve à Lua
O retorno de humanos à Lua parece cada vez mais próximo, com missões dos Estados Unidos, União Europeia, China e Índia para explorar o satélite natural da Terra. Entre essas missões, uma das mais conhecidas é o programa Artemis liderado pela Nasa. O programa envolve 55 colaboradores internacionais, incluindo a Agência Espacial Europeia (ESA), e prevê o estabelecimento de uma base permanente no polo sul da Lua e o lançamento de uma nova estação espacial chamada Gateway na órbita lunar.
Enquanto isso, um projeto conjunto da China e da Rússia, envolvendo 13 parceiros internacionais, tem como objetivo construir até 2035 uma base na Lua chamada Estação Internacional de Pesquisa Lunar. Ambas as missões имеют fins científicos e visam receber astronautas para estadias curtas e abrigar equipamentos robóticos permanentes que podem ser operados a partir da Terra.
Recursos naturais abundantes
A Lua possui recursos abundantes, que incluem ferro, silício, hidrogênio, titânio e terras raras. Embora os custos de extração e transporte sejam altos, alguns desses recursos poderiam ser trazidos de volta à Terra, onde estão cada vez mais escassos. Além disso, operações de mineração na Lua podem abrir caminho para a extração da imensa riqueza mineral contida em asteroides. A Lua será o primeiro lugar onde isso será testado.
A maior parte do material extraído na Lua será usada para substituir recursos que, de outra forma, teriam que ser enviados da Terra, tornando as bases lunares praticamente autossuficientes. O solo lunar (regolito) poderia ser usado como proteção contra radiação e material de construção para as bases espaciais.
A água, descoberta pela primeira vez na Lua em 2008 pela missão indiana Chandrayaan-1, será importante para beber, cultivar alimentos e resfriar equipamentos. Missões depois da Chandrayaan-1 mostraram que há grandes concentrações de gelo nos polos lunares – motivo pelo qual as primeiras colônias lunares provavelmente serão construídas nessas regiões, principalmente no polo sul da Lua, embora seja difícil pousar lá.
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Essas bases também poderiam ser utilizadas como “salas de trânsito” para astronautas a caminho de Marte. Para energia, a radiação solar já é usada para alimentar algumas espaçonaves e satélites, mas o regolito e o gelo também poderiam ser usados para produzir combustível para foguetes. A Lua contém ainda quantidades significativas de hélio-3, um potencial combustível para usinas de fusão nuclear. Portanto, esse é outro motivo pelo qual futuras missões em direção a Marte farão uma parada na Lua para reabastecer.
Pesquisa científica na Lua
A pesquisa científica está no centro do Programa de Exploração Lunar da ESA, assim como para todas as agências espaciais, afirma Sara Pastor, gerente do programa lunar e Gateway da agência europeia. Os seres humanos têm uma presença contínua no espaço nos últimos 20 anos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Mas a ISS está a apenas 400 quilômetros da Terra – cerca de quatro horas de viagem após o lançamento. A Lua, porém, está a 400 mil quilômetros – aproximadamente três dias de viagem espacial – e essa jornada é muito mais arriscada para os astronautas.
Por isso, a primeira pesquisa na Lua tem como objetivo tornar essa viagem mais segura e fácil. Além disso, há a ciência ambiental: “Os cientistas vão investigar a natureza dos ambientes lunares, como as suas condições únicas afetam a saúde e o desempenho humano, os sistemas de exploração robótica e como a atividade humana impacta esses ambientes”, explica Pastor.
Voltar à Lua é beneficio para todos na Terra
Costuma-se dizer que devemos os telefones celulares às missões Apollo das décadas de 1960 e 1970. Embora esses equipamentos não sejam descendentes diretos da tecnologia espacial, aquelas missões ajudaram a miniaturizar dispositivos eletrônicos e de telecomunicações.
Dezenas de tecnologias modernas, desenvolvidas originalmente nos laboratórios das agências espaciais, trazem benefícios para a população terrestre – incluindo isolamento térmico para casas, espuma de memória (usada em colchões), alimentos liofilizados, sensores e membros robóticos, além de telemedicina.
Cientistas estão desenvolvendo equipamentos médicos e métodos para monitorar a saúde dos astronautas durante longos períodos em condições extremas do espaço, especialmente para proteger o sistema imunológico humano. Essas tecnologias também poderiam ser utilizadas na Terra. Um exemplo são os equipamentos portáteis e leves para diagnóstico, que podem ser usados por tripulações sem treinamento médico para monitorar a sua saúde.
O objetivo de longo prazo da construção de bases lunares, na superfície e na órbita, é servir como ponto de apoio para viagens espaciais mais distantes. “Uma colônia na Lua será extremamente útil e um campo de treinamento fundamental para a exploração humana da superfície de Marte”, afirma Pastor. A Nasa planeja enviar astronautas a Marte a partir de 2030.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via Deutsche Welle